Os
bispos do Brasil apontam dificuldades e oportunidades na atual conjuntura
social e política.A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) divulgou na semana passada uma nota sobre “A realidade sociopolítica
brasileira: dificuldades de oportunidades”. O texto foi aprovado pelo Conselho
Permanente da instituição, que esteve reunido em Brasília, de 27 a 29 deste
mês.
Na nota, a CNBB manifesta-se a respeito do momento de crise na
atual conjuntura. “A permanência e o agravamento da crise política e econômica,
que toma conta do Brasil, parecem indicar a incapacidade das instituições
republicanas, que não encontram um modo de superar o conflito de interesses que
sufoca a vida nacional, e que faz parecer que todas as atividades do país estão
paralisadas e sem rumo”, declaram os bispos.
Para a entidade católica, a frustração presente e a incerteza no
futuro somam-se à desconfiança nas autoridades e à propaganda derrotista,
gerando um pessimismo contaminador. “Porém, equivocado, de que o Brasil está
num beco sem saída”. Os bispos alertam para que a população não se deixe tomar
pela “sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e
desencantados com cara de vinagre” (Papa Francisco – Alegria do Evangelho, 85).
Os bispos chamam a população a garantir a governabilidade do
país, que implica no funcionamento adequado dos três poderes; recuperar o
crescimento sustentável; diminuir as desigualdades; exigir profundas transformações
na saúde e na educação; ampliar a infraestrutura; cuidar das populações mais
vulneráveis, que são as primeiras a sofrerem com os “desmandos e
intransigências dos que deveriam dar o exemplo”.
Para a CNBB, cabe à sociedade civil exigir que os governantes do
Executivo, Legislativo e Judiciário recusem, terminantemente, mecanismos
políticos que, disfarçados de solução, aprofundam a exclusão social e alimentam
a violência, entre os quais o estado penal seletivo, as tentativas de redução
da maioridade penal, a flexibilização ou revogação do Estatuto do Desarmamento
e a transferência da demarcação de terras indígenas para o Congresso Nacional.
Os bispos defendem que a superação da crise passa pela recusa
sistemática de toda e qualquer corrupção; pelo incremento do desenvolvimento
sustentável e pelo diálogo que resulte num compromisso comum entre os
responsáveis pela administração dos poderes do Estado e a sociedade. “O
Congresso Nacional e os partidos políticos têm o dever ético e moral de
favorecerem a busca de caminhos que recoloquem o país na normalidade. É
inadmissível alimentar a crise econômica com uma crise política irresponsável e
inconsequente”.
Do portal do Sindsep.
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