Com trajetória pessoal marcada por barreiras sociais, nas primeiras décadas da vida, o hoje bem sucedido empresário do ramo da educação, Paulo Roberto Leite de Arruda, assumiu, pelos próximos 4 anos, o destino administrativo da terra desbravada por Diogo de Braga, em 1626. Sob o ponto de vista político/eleitoral, como já sublinhamos aqui, a sua chapa, formada pelo também empresário do ramo da educação, Edmo Neves, obteve uma vitória maiúscula.
Ao assinar o livro de posse na última sexta (01), o agora prefeito da Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto, tem nas mãos uma procuração popular para colocar em prática suas ideias e desejos. Nas oportunidades em que esteve no poder, na qualidade de vice-prefeito (1997/2000) e de secretário de três importantes pastas 2009/2016), segundo ele, faltou-lhe a “caneta” para decidir e fazer acontecer.
É compromisso público dos novos administradores realizar uma gestão transformadora e transparente em todas áreas. Para encurtar o caminho com a população, no sentido dos serviços públicos ofertados pela municipalidade, Paulo prometeu o “app Minha Vitória” – uma espécie de prefeitura na palma da mão. Na infraestrutura, por exemplo, obras consistentes em saneamento, requalificação nos mercados públicos, um novo cemitério e etc. Na área cultural, o prometido foi levantar o astral dos artistas com políticas públicas nunca antes praticadas e efetivadas. Tudo isso e muito mais segue na ordem do dia, no sentido da expectativa da população de boa fé.
Com um secretariado híbrido, por assim dizer, formado com critérios técnicos e políticos, com gestores jovens e maduros, experientes e novatos no ramo da administração pública, com perfis diferentes e etc é possível dizer que o conjunto tem condições de avançar, na direção das transformações que nossa polis tanto almeja, sobretudo no quesito da “quebra de mentalidade atrasada e centralizadora, reinante nas administrações públicas locais”. Aliás, é bom que se diga: não adianta ter no time um quadro do nível de Lionel Messi e não deixa-lo jogar ou mesmo colocá-lo no banco de reservas.
É bom que se diga também que os novos gestores já perderam uma boa oportunidade de mostrar que querem fazer diferente. Apesar da boa iniciativa, em convocar a imprensa e transmitir pela internet o anuncio do relatório final da transição, apesar de não ser especialista nessa área (gestão pública), podemos dizer que o trabalho foi mal conduzido, ao não expor, de maneira clara uma espécie de “inventario” da estrutura municipal, focado nos temas que estão intimamente ligados à sucessão (estrutura física dos imóveis, contas a pagar, contratos em andamento, folha de pagamentos e etc).
Perdoe-me, mas não vejo como produtivo realçar relatórios com números e fornecedores da administração anterior, relativos aos primeiros anos ficais de gestão, penso eu, em nada contribui para o entendimento global do que concerne uma transição focada na boa governança. Informações fiscais, pagamentos, fornecedores de anos que não seja o da transição é algo que interessa diretamente aos órgãos de controle (TCE) e Câmara de Vereadores. Até porque, em ato de diplomação, o prefeito Paulo Roberto disse que não iria governar “olhando pelo retrovisor”.Sob o ponto de vista político o novo prefeito Paulo Roberto, doravante, terá a oportunidade de ampliar o seu nome para todo estado de Pernambuco. Vitória não é uma “cidadezinha qualquer”. No conjunto político em que o mesmo está inserido, de “índio”, passou ao patamar de cacique, algo que possivelmente lhe renderá constantes “abalroamentos” no campo da “ciumeira”. Os seus gestos – e não palavras -, daqui para frente, indicará a calibragem dessa difícil equação, até porque, ao seu lado, tem alguns atores já sonhando - de olhos abertos - com a sua cadeira.
No mais, é torcer! Torcer e pedir iluminação divina para que Paulo compreenda bem a liturgia do cargo que agora ocupa e que não caia na tentação de governar com a intenção de “dividir” a cidade – os meus e os que são conta mim. É possível dizer que o eleitorado da nossa "aldeia" amadureceu, entre outras coisas, em função da democratização dos meios de comunicação, antes, algo exclusivo aos mesmos. Para concluir, mais uma vez, desejo a Paulo e Edmo sucesso nessa nova empreitada cívica/política/administrativa/histórica.....